Humildade expressada pode às vezes ser vaidade camuflada.
A vaidade é algo tão sutil que custamos a acreditar que somos portadores dela. Na verdade ela se esconde sorrateiramente dentro de nós, e, de vez em quando sem nos apercebermos ela vem à tona, e nem assim nos damos conta de sua existência. Mas quando ela aparece em outras pessoas criticamos, enquanto que em nós ela vai pouco a pouco tomando grandes proporções.
Tomemos como exemplo: A vaidade dentro das casas espíritas. Há membros que desejam fortemente entrar nas chapas de diretoria para serem eleitos. Quem dera se esse desejo fosse para melhorar a estrutura dos trabalhos, do social, integrar e harmonizar os grupos e outras necessidades para o equilíbrio da casa e da Causa.
No entanto, se conseguem ser eleitos, tornam-se mesquinhos administradores. O poder lhe sobre à cabeça e ditam normas lá do pedestal que pensam está, como se a presidência de uma instituição fosse o maior instrumento de evolução do ser humano,ou do religioso. A priori, até seria, se fosse feita em total parceria nos moldes crísticos.
Já pensaram se Jesus tivesse pousado de ditador em sua época?
É preciso somar, e não separar ou excluir.
Lamentamos que a Doutrina dos Espíritos a qual amamos tanto ainda tenha “mandadores” e até mesmo supostos inquisidores, cujas idéias mesmo falsas ou distorcidas precisam serem aceitas pelos seus seguidores.
O dirigente espírita não tem noção do cuidado que deve ter com relação às forças negativas que ficam à sua mira. Quase sempre deixam suas janelas internas abertas e através do seu comportamento, um sentimento doentio que se chama vaidade nelas penetram e se instalam causando efeitos inusitados.
Um dirigente de centro espírita deve ser antes de tudo um amigo, um acionador de energias que pode e deve reunir todos num sentimento de união e de fraternidade. Claro, que se assim não o for, terá muitas surpresas após a sua partida terrena, afinal ele em nada difere dos demais trabalhadores.
Somente os estudos sequenciados dentro das casas espíritas, não haverá o desenvolvimento dos sentimentos. Somente sentimentos, não teremos acesso ao conhecimento, e assim se faz necessário aliarmos o amor e a sabedoria para alcançarmos o discernimento em nossas vidas que aliás, esquecemos dos critérios que todo esse processo nos traz, de positivo ou de negativo.
É hora de arregaçarmos as nossas mangas e pegarmos a enxada do amor, e cultivarmos os canteiros da fé, da doação e da entrega.
Sentimentos e conhecimentos sem obras, ficam completamente fora da proposta de Jesus e dos princípios kardequianos.
A casa espírita não é uma casa comum, é um lar que acolhe sofredores, enfermos e trabalhadores enfermos, os de fora e os de dentro.
É lá onde as mãos laboriosas precisam entrar em ação. Seja na confecção de uma camisa de recém nascido, num bordado, no ensino de qualquer tipo de arte, no esporte, trabalho diversos, enfim, ocupação para a mente ou as terapias para a alma.
Mobilizar os frequentadores profissionalizados de cada área para levar o trabalho e a mensagem do Cristo a outros locais onde haja a delinquência, ou a necessidade de aprimoramento no labor que integra, harmoniza e recupera.
Saibamos organizar a casa espírita do século XXI, e deixemos de lado a posição de dirigentes radicais e mandões.
Se esses trabalhadores se unissem num só ideal deixando as coroas de louro para trás formando um mutirão de fraternidade e doação, com certeza a terra se iluminaria com a energia do amor empregada em prol de si e de muitos outros que por aí buscam um meio de sair de suas dificuldades cármicas para adquirir o equilíbrio e a evolução que tanto os seus espíritos aspiram.
Vaidade não, humildade sim, e singeleza também.
Somos iguais perante Deus e o Evangelho do Cristo que está para nós como a água cristalina da fonte. Cabe somente a nós implantá-lo em nossos corações devedores e bebermos dessa fonte amorosa e fecunda que jamais secará.
Luiz Sérgio
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