Acometido de um mal em conseqüência dos meus excessos caminhei e divaguei por muitos horizontes.
Perdido de mim, rebuscava o que me havia faltado no campo da vida terrena.
Materialmente tudo me foi concedido.
Roupas de marcas, calçados, dinheiro farto no bolso, um carro invejável, amigos maravilhosos, e pais também.
Pensava que aquilo não acabaria.
Mamãe desejava respirar por mim. A qualquer passo ela me protegia. Mesmo sabendo que eu estava envolvido com algo perigoso colocava " panos quentes "diante da família, especialmente do meu pai.
Não tinha preocupações. Estudava, curtia da forma que eu imaginava e mamãe mesmo desconfiada continuava a me alimentar da forma que me era mais conveniente.
A faculdade não atendia aos meus anseios internos,mas lá eu estava para fazer o curso que me possibilitou passar no vestibular.
Lá havia uma turma que estava encrencada com as drogas. Esquivei-me algumas vezes. De repente achei bobagem não experimentar.
Nossa, parecia que eu havia conquistado um grande troféu. Assim, doses e mais doses do pó...
A vida ficou insustentável. Não conseguia mais ficar muito tempo em casa, já que lá não podia consumir.
Passei a comer pouco, as minhas vestes já não eram a mesmas. Larguei a faculdade, pois minha estrutura física não comportava mais, eu tinha problemas nos pulmões e não sabia.
A droga tomou conta de mim.
A essa altura mamãe já tinha certeza e passou a ter muitos conflitos chegando ao ponto de compartilhar com meu pai.
Papai ficou muito revoltado, pois achava que com tudo que me dava eu não tinhas razões para buscar tal vida.
O sofrimento foi cruel, pois inevitavelmente o resto da família soube de meu deslize.
Realmente, eu não tinha necessidade de entrar nessa. Passei a sentir-me nas doses por pouco tempo completo. Eu era inteligente charmoso. Perdi peso. No meu corpo começou a estourar bolhas horríveis.
Um processo realmente doloroso. Não me libertava mesmo assim.
Também não quis ir para clínica, achava que estava no final da reta vital.
Mamãe quase enfartou, mas desvelou-se junto a mim.
Meu pai revoltado me isolou.
Tolo, é o que fui!
Mas eu pergunto as mães e aos pais: Por que querem sempre esconder a verdade?
Com isso não quero aqui julgar minha mãe.Creio que eles pensam está fazendo o melhor, e é ai que o processo cresce.
Sofri muito, porque acamado me sentia humilhado, impotente e ainda dependente.
Mamãe levou-me para um hospital para tratar do mal pulmonar. Passei muito tempo acamado tomando medicação fortíssima que me deixava muito frágil e sem ânimo.
Não dormia direito porque também comia pouco e emagreci muito.
Nessa cama de hospital conheci uma moça muito simpática chamada Marister que me levava ânimo, mesmo sem saber onde eu estava metido.
Aos poucos me familiarizei e a ela confidenciei.
Pedi que ela me arranjasse um pouco do pó.
Mas ela se recusou a trazer, afinal ela era uma voluntária que ali ia para abraçar os enfermos.
Suas palavras me encorajavam e creio que ela fez muitas rezas por mim.
Tinha dias que me desesperava e a mim era aplicado um sonífero. E assim o processo aos poucos melhorava, mas eu sentia que não sobreviveria aquele impasse.
Meus pulmões doíam muito.
Radiografias era feitas e os pulmões continuavam afetados.
Um dia Marister chegou para me trazer ânimo, mas os meus pulmões já estavam quase falhados. Porém tive tempo para lhe agradecer. Mamãe achava que eu me recuperaria, mas eu sempre achei que aquela dor seria fatal.
Havia um médico e uma enfermeira na minha cabeceira. Marister ficou muito angustiada. Minha respiração estava ofegante. Olhei para aquele anjo que naquele momento representava todos meus familiares juntos. Teci meu último olhar de profundo agradecimento.
Respirei mais uma vez até que cessasse totalmente o meu fluido vital.
Marister chorou muito, mas já sabia que meu caso era sério.
O problema existia em mim e eu não sabia.
Nasci com uma deficiência pulmonar e a droga fez o restante do estrago.
Cheguei no plano maior zonzo sem saber como tudo estava acontecendo. Não estava mais no hospital, agora estava ao lado de pessoas que não conhecia e que eram muito amorosas.
Fui esclarecido que deixara o meu corpo.
Fiquei atônito, como era isso?
Afinal nunca me preocupei com essas histórias de Espiritismo que traz a alma dos que foram para dar o seu novo parecer...
Isso para mim era balela.
Atentei para mim, estava fraco, e ainda dependente do vicio...
Senti uma vontade imensa de cheirar. Corri desesperado não sei bem para onde.
Amigos me acolheram novamente a combinar comigo que a vida mudara para mim e ali não tinha pó...
Não sei o que pensei. Mas acho que a idéia era me suicidar, acabar de vez com a minha vida.
O meu pensamento foi lido. Acrescentaram que não iria adiantar tais idéias.
Então a vida continuava, mesmo tenho morrido...
Não sei o que pensei.
Gritei até não poder mais. Depois compreendi que dera cabo dos meus sonhos, da minha vida.
Lembrei-me de mamãe e senti suas lágrimas de inconformação.
Pedi para vir em casa consolá-la e lhe informar que não morri. Ao que explicaram-me que de nada adiantaria.
Eu teria que passar por diversos tratamentos até me sentir inteiro.
Cansado, pedi para dormir. E o meu enterro como seria?
Eu queria ver...
Não havia possibilidades de eu sair dali. Estava muito fragilizado.
Aplicaram-me sedativos tonificantes. E ai eu dormi não sei por quanto tempo. Mamãe ficou muito abalada, mas tocou a vida. Papai ficou mais tranquilo sabia o que fez por mim e que eu houvera perdido uma grande oportunidade.
Ainda bem que mamãe não ficou com dramas. Tinha a consciência de que tinha feito tudo por mim. Eu entendi, pois ela me amava muito.
Achou que me tinha dado tudo...
Hoje, após alguns anos as coisas mudaram.
Tratei-me do vicio, dos pulmões e do espírito.
Esbarrei em mim e comecei a refletir o valor da vida.
Analisando melhor, minhas amizades não tinham nada a ver com espiritualidade. O que aprendi foi inverso a vida.
Aprendi a melhorar agindo para o bem. Após reconciliado comigo fui trabalhar com pessoas que como eu “pisou na bola” enquanto na terra.
Oro muito para que na minha volta tudo seja diferente.
A vida é um bem de maior valor que conhecemos.
O nosso corpo físico não merece ser maltratado porque ele é o nosso instrumento de evolução.
Consagremos a vida para que nos reconciliemos em amor com ela.
Mamãe ainda está na terra. Adotou trabalhar com amor com dependentes químicos, especialmente menores de idade e os abraça como mãe.
Na verdade aqui e acolá nós os trabalhadores da Colonia Miosótis damos uma mãozinha para ela, isso é para eles.
A dor do dependente não é física, é na alma.
Sentimos-nos vis e ridículos, mas não temos forças porque ela é poderosa e age indiscretamente em nós.
Recuperado e feliz, sou um trabalhador ainda engatinhante das fileiras do trabalho de amor aos ex-viciados químicos.
Em Deus prossigamos na orientação aos que fogem de si em realidade extrema de endosso negativo.
Com o meu amor, sou Jeferson, um pequeno servidor de Maria de Nazaré.
Mensagem Canalizada por Francyska Almeida
em 251011 - Fort-Ce-Brasil.
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http://novaera-cristaiscelestes.blogspot
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