Era uma vez uma família que tinha quatro mocinhas sonhadoras. Chamavam-se Bernadete, Áurea, Benedita e Genoveva. Aquelas meninas bonitinhas nos seus doze a dezesseis anos viviam sonhando e suspirando. Genoveva era a mais comportada, tinha lá os seus sonhos, mas sabia que a vida era muito mais do que sonhar com um príncipe encantado que pudesse chegar junto a ele a um matrimonio feliz. É verdade que ela sonhava, mas não tinha preocupação de ter esse príncipe perto dela. Na verdade, nem sabia se esse rapaz viria. Bernadete com seus quinze aninhos chegava a devanear com vontade de conhecer o seu pretendente. Até pediu para que sua mãe lhe ensinasse algumas tarefas de dona de casa. Era realmente um martírio a preocupação dessa garota que mal estava saindo da adolescência. Sua mãe ficava inquieta com a bobagem das filhas. Queria sim, que elas se casassem bem, mas não tão cedo. E assim, a vida das meninas foi transcorrendo. Estudavam na única escola que tinha na cidade. Mas cá para nós, onde as donzelas sonhadoras moravam era o fim do mundo. A mãe se preocupava, pois achava impossível aquelas que mal saíra dos cueiros casarem-se.
Pelo sim ou pelo não, lhes ensinou alguns ofícios de dona de casa. Era maravilhoso ver o empenho de todas elas, o que lhe favoreceu como mãe essa continuada ajuda nas tarefas domésticas. Mas as meninas foram crescendo e os pretendentes que apareciam eram aqueles que lidavam com o cabo da enxada. Como interioranas recusavam tais namorados. Bernadete, a mais velha decidiu ser professora. Não era exatamente o que queria. Áurea, também entrou na dança e as outras duas preferiram ser costureiras, ofício que exerciam e que também ganhavam o seu dinheirinho.
E nada dos maridos chegar, mas as garotas não perdiam as esperanças. Havia a festa da padroeira, quermesses, leilão! Mas qual o gajo rico e belo que iria vê-las aquele final de mundo?
Resultado: As meninas começaram a repensar nas qualidades dos seus futuros maridos. Queriam um homem especial, mas já que não tinham, teriam que se submeter aos roceiros da cidade. Bernadete a mais velha começou a dar uma olhada melhor para escolher quem ficaria como seu companheiro, afinal já estava com vinte e cinco anos e não gostaria mais de esperar por quem não ficou de vir. Dentre os pretensos candidatos estava Josué, um bom rapaz, muito trabalhador e cheio de méritos como homem.
Bonito? Não, simpático, mas tinha um defeito às vistas: Sua dentadura estava meio que vencida.
Até que simpatizava com ele, mas os dentes...
Bernadete, pensou: O que fazer? Tinha que mandar dar uma arrumada ou pelo menos ajudá-lo a ir a um dentista longe de sua cidade.
Cortejo vai, cortejo vem. Bernadete começou a sentir Josué como seu futuro marido. Claro, fora os dentes, havia nele algo de encantador! Não sabia se era o olho, a boca ou a sua fisionomia toda. Mas no que essa pergunta ajudaria o rapaz a cuidar da beleza da sua boca?
E assim fez mesmo o namoro. Bernadete abriu o jogo e fez a sua fala. Convenceu o rapaz à ir consertar o que não prestava mais. Arrancaria os dentes estragados e colocaria uma dentadura. Bernadete fez o que precisava até o sorriso do moço ficar impecável. Ela teve muita paciência, mas enfim resolveu o problema. Descobriu que estava apaixonada pelo roceiro de mãos calejadas. Depois dos devidos acertos suas irmãs ficaram de olho, até ficaram com certa inveja.
Bernadete descobriu na bondade e no carinho daquele rapaz, todo amor de um namorado e candidato a marido. Passou a vê-lo como seu príncipe.
Josué a tratava como uma deusa. Deu certo. Casou-se com a aprovação dos seus pais através de uma cerimônia de casamento simples mas muito bonita.
As irmãs ficaram tristes e ao mesmo tempo felizes pela irmã. Não conseguiram o que queriam. No entanto, havia outros interessados em aliançar as três meninas.
Elas recusaram pois não queriam homens simples do campo. Apareceram alguns assim como Josué, mas e as meninas?
Ah! Ficaram solteiras até a força do amor de Deus mandar buscá-las.
Ao passo que Bernadete fez um casamento de verdadeira união e entendimento. Teve três filhos belíssimos e bastante ajustados.
Moral da história: Nem sempre temos tudo que queremos e da forma que queremos.
Para entrar em uma história de amor precisamos nos preparar primeiro para nos embasar em lealdade e compreensão com aquele ou aquela que formos escolher para conosco conviver em harmonia, paz e felicidade.
Áureo.
Canal: Francyska Almeida-270308-Fort-Ce-Brasil.
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