Um dia, imaginei que a vida fosse somente material. Andei, brinquei, mas nada de grave fiz, porém não me
comprometi com Jesus.
Às pressas e em fração de segundos, voltei para a morada dos espíritos. Sim, foi surpresa, afinal, quando se está com saúde, nada se espera que venha a abalar as estruturas
das nossas vidas.
Fiquei atordoado, desorientado, mas confesso que infeliz, não. Havia deixado família, trabalho amigos...
Pensei por alguns momentos: Aqui vou conseguir outros amigos. Os lamentos da terra me eram muito doloridos. Enfim, recuperei a minha lucidez e encarei a próxima etapa. Eu estava livre do corpo físico e era fácil me locomover. Busquei ajuda, pois a sensação inicial fora do corpo físico é algo impossível
de descrever.
Não posso negar, fui muito bem recebido. Entretanto, foi complicado me ver flutuante. Desejoso de entender todo aquele processo, tentei me preocupar, mas senti que nada iria contornar aqueles momentos. Aceitei a ajuda de jovens trabalhadores que a toda hora me cercava de carinho e de palavras amorosas. Fiquei acamado, aliás, todos ficam. E num doce embalo me fizeram dormir. Nunca se sabe quanto tempo dormimos nesses casos, porque faz parte do tratamento inicial.
Quando acordei estava mais centrado e mais consciente. Depois de visualizar a cama e sua roupagem, algo que em nada se iguala aquela que temos na terra. Levantei-me e percebei que já não era o mesmo. Decidi me perguntar: E agora, o que é que eu vou fazer? De pronto os amigos me disseram que eu estagiaria em uma determinada colônia para conhecer o seu funcionamento. Alegrei-me, assim não iria ficar parado.
Conheci a Colônia de Maria de Nazaré, e, confesso que nada é igual à beleza e o cuidado que é dedicado aos seus pacientes. De pronto, amei e me identifiquei com o belo trabalho mariano. Vi o resplendor da santa Mãe em tudo que lá existe. Assessores lhe representam em várias ocasiões.
Chorei de emoção. Quis saber por que eu estava ali... Fui informado que eu havia pedido antes de reencarnar a tarefa que hoje faço. E assim descobri a necessidade da minha partida sem aviso prévio. Comecei então a me dedicar ao estudo de todos os princípios evangélicos para que vinculado aquele recanto maravilhoso ficasse prestando a minha colaboração. Senti a presença muito forte da Mãe amada Maria, sua mansuetude, e a beleza do seu amor...
Foi assim, que até hoje continuo ligado à tarefa recuperadora dos irmãos portadores dos vícios de várias categorias.
Agradeço a Jesus a oportunidade de muito ter resgatado dessa forma, e hoje já não faz mais parte de mim a dor da partida.
Amo meus pais e a toda minha família que foi consangüínea e a espiritual. Transformei a dor e a saudade em trabalho árduo. Foi assim que consegui com muito desprendimento e vontade de servir me colocar na posição de trabalhador de Jesus juntamente com o seu rebanho. Aquilo que achamos injusto na terra é um verdadeiro acerto para Deus.
Hoje sou muito feliz e quis reverter o impacto da separação em votos de abnegação e trabalho junto aos espíritos sofredores, em especial aos jovens desavisados.
Portanto mães que ainda buscam os seus filhos nas catacumbas: voltem-se também à mudança interna para que possam ajudá-los em seu progresso além da terra.
Deus jamais coloca fardo em nossas costas que não possamos carregar. São bem aventurados aqueles que conseguem entender os seus desígnios, porque o acaso é uma mera desculpa da natureza, para que possamos ser conduzidos ao local certo pelos mensageiros de luz para o progresso e o aprendizado dos nossos espíritos.
Luiz Sérgio.
Canal: Francyska Almeida-160506-Fort-Ce-Brasil.
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