Papagaio ou pipa é o forte dos garotos de periferias.
Mas para os garotos bem posicionados, pipa não tem muita graça. Primeiro morando em arranha-céu, nem comportaria.
Para o outro grupo de crianças bom mesmo é estar de pés descalços, desfiar a linha, jogar no ar aquela engenhoca e fazê-la voar o mais alto possível.
É uma glória a criança ver a sua pipa ficar tremulando no alto dando-lhe a idéia de sonhos, com a leveza do voar distante com o seu papagaio naquele momento.
Ali eles se esquecem de comer, de tomar água e se perdem no tempo!
É uma brincadeira barata, mas muito prazerosa.
Ver uma pipa no ar é o mesmo que ver um sonho infantil voando.
Traçar a linha de uma pipa sobre outra e trazê-la ao chão é para eles uma grande vitória. Correr atrás para pegá-la para si é outra vitória que também conta.
É muito bom ser criança, se sonha, se ilude, e o coração infantil fica nas alturas com brinquedos vindos de natureza muito simples.
Quando crescemos ficamos exigentes e a pipa fica para trás, tal como aquelas bonecas mais baratas que os pais compravam para as meninas por falta de recursos.
Perdemos a inocência e a pureza. Passamos a ver o mundo como trágico. Colocamos em nós a desesperança mediante os acontecimentos inesperados do dia a dia.
Desacreditamos em um futuro mais significativo e o medo de ficar de pés descalços aparece, pois vivemos amedrontados com a enxurrada de bactérias, fungos, micróbios que a ciência busca nos convencer que estão às soltas tentando uma oportunidade para através dos nossos pés ou mãos causar diversos tipos de estragos no nosso organismo.
Crescemos de verdade em tamanho, mas nos tornamos adultos teimosos e incapazes de sorrir em certos momentos como criança quando solta uma pipa e vê-la voando com a sua cauda de lá para cá, balançando e gingando graciosamente. O que fazer para nos tornarmos livres e saudáveis internamente como um pensamento que se faz dentro da nossa mente e ao mesmo tempo se desfaz?
Como reacender a chama da criancice em nós se hoje nos conectamos rapidamente com as desgraças do mundo?
E como nos convencer nesse exato momento que precisamos implementar o consenso energético da esperança nas brincadeiras que a alma deseja fazer para alimentar a nossa criança escondida que jamais vai perecer?
No entanto, nem tudo pode-nos parecer trágico.
Olhemos a vida de maneira mais suave, observando que um ciclo se fecha mas outro se abre brilhantemente para nos acolher em energias amorosas e em proporções gigantescas!
Tornemos realidade o ciclo da paz aceitando que as mudanças desse planeta encantador já estão acontecendo para que a luz flua incandescendo em todos os corações que se alimentam de ternura!
Enfeitemos de sonhos infantis as nossas almas com a pureza do desabrochar de uma linda rosa ao sinal do som do amanhecer.
Nem tudo se perdeu no tempo. Coloquemos mentalmente a nossa criança interna para se divertir com os seus coleguinhas de infância e entremos no mundo infantil de pipas, bola, pião, bonecas, brincadeiras de roda, bichinhos de pelúcia e outras para que sem restrições essa criança se faça de criança, sentindo o cheiro da criança adormecida que precisa ser despertada com carinho deixando para trás a culpabilidade das diferenças que tiveram os seus pais.
Bobagem, nossos pais também foram crianças e talvez não souberam dar ênfase a sua idade infantil, e, em alguns casos não conseguiram nos presentear com os afagos que gostaríamos.
Agora compreensivamente despertemos a nossa criança, porque não temos mais como cultuar esses velhos sentimentos do passado.
Podemos apelar para a ajuda interna ou externa para resgatar o perdão e podermos como adultos ser livres de verdade, resolvidos e abertos a felicidade baseada empiricamente no campo concreto da vida vivendo em paz conosco
e com o mundo.
Genoveva
Canal: Francyska Almeida-Fort-Ce.
Olá Francyska, que lindo texto concordo em número, gênero e grau. Na minha época brincava de forma tão livre, hoje realmente parece que a modernidade de:computadores, vídeo-games, notebooks, faz desta nova geração não ter sentido o gostinho da liberdade de brincar (apesar que são crianças com outros propósitos) e também concordo quando o texto comenta sobre essa criança interna que não existe mais em nós, parece que crescemos e nos trancamos formando uma couraça para que nada possa nos atingir. Eu depois que tive meus filhos, cheguei a entrar um pouco nesta onda, levando as coisas tão a sério, tentando mostrar não sei pra quem que era tão responsável e durona, mas a vida me ensinou que é uma grande bobagem, podemos ser responsáveis e enfrentar o dia a dia sem perder o humor e a essência infantil.
ResponderExcluirAdorei a mensagem.
Um grande abraço!
Lú.