Quando pequeno, nunca entendi o porquê daquele buraquinho feito na porta de minha casa.
Era exatamente para que mamãe usasse seu olho para ver quem estava do lado de fora.
Mas ela nunca abria a porta para a visita.
Sei lá, eu achava que quem passava por lá era um homem mau, um lobisomem ou seria uma alma?
Mamãe não me dizia quem estava do outro lado. Inocente, sempre pedia para olhar, mas ela não deixava.
Sabia que um dia cedo ou mais tarde iria descobrir
esse mistério.
Contudo, antes que crescesse, nos mudamos de casa.
Em mim ficou a dúvida: quem estaria vez por outra do lado de fora da porta da nossa casa?
Sei que mamãe sempre me omitiu a verdadeira história.
Soube mais tarde pelos meus parentes mais velhos que era meu pai que ia me visitar e mamãe por conta do seu abandono por mim e por ela nunca permitiu que ele entrasse para me ver
Enfim, o ódio corrompeu seus sentimentos, e aí terminei ficando sem amor paterno.
E mamãe? Endividou-se por ter alimentado seu ódio ou amor não correspondido, e jamais pensou em mim como filho carente de amor por um pai ausente.
Julinho
Mensagem Canalizada por Francyska Almeida em
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